quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

À beira do lago...



Após milênios de distração nosso velho guerreiro percebe-se sentado à beira do lago novamente. Suas águas escuras e profundas hoje guardam mais segredos e histórias do que ele gostaria. Não há nada do que se envergonhar, todos chegamos até aqui por um caminho e nesse caminho coisas aconteceram. Cada uma delas contribuiu um pouquinho para quem você é hoje. Algumas com boas passagens e memórias alegres, outras nem tanto, mas é assim mesmo. Para todos.

Por muito tempo ele olhou para o outro lado do reino e deixou tudo que ele não gostava esquecido e submerso nas escuras águas. Coisas que fariam gelar a espinha da maioria dos mortais. Mas não a dele. Coisas que ele precisa encarar e abraçar antes de se desvencilhar de tudo. Coisas.

Já foi dito aqui que o conhecimento é uma dádiva, mas também pode ser uma maldição. Ele claramente se atirou de cabeça quando os Deuses lhe mostraram a árvore do conhecimento. Por caminhos tortuosos e infestados de tentações ele caminho por séculos. Sua alma não aparenta a idade que tem. Um mundo por trás do mundo. Néctares únicos. Coisas. A ignorância é uma benção desperdiçada por muitos. Se soubessem a verdadeira cor das coisas...

À beira do lago uma infinidade de pensamentos cruzam sua atormentada mente. Tudo que gostaria era de poder reencontrar aquele lugar perdido onde ele simplesmente pudesse colocar de lado seus séculos de batalha, largar suas armas e seu escudo, sentar-se e ter um segundo de clareza. Um segundo seria o suficiente. Apenas um segundo eterno.

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