sábado, 30 de junho de 2012

Só um pouquinho, já to saindo...



Uma benção pode se tornar facilmente um fardo, principalmente se possuirmos a capacidade de enxergar nas entrelinhas. Depois que se conhece a verdade pura e crua dificilmente paramos de procurá-la. E isso nos envia uma gama vasta de informações, que nos levam a conclusões e, finalmente, ao conhecimento. Mais ou menos quando o Neo entendeu a Matrix, e viu o mundo, não como ele quer que o vejamos, mas sim, como ele realmente é.

Com as pessoas e situações acontece da mesma forma. Mesmo não querendo, mesmo tentando pensar em outras coisas, acabamos dando de cara com as coisas que estão por trás de cada atitude, de cada palavra. Mesmo que as atitudes e palavras, muitas vezes, tentem dizer outra coisa. E isso nos leva por muitas vezes a ter opiniões controversas a respeito das pessoas. De perto ninguém é normal, sei disso, mas alguns são ainda menos normais que os outros.

Pais. Ambos os dois. Suas atitudes insistem em me mostrar que algumas pessoas realmente deveriam ser proibidas de ter filhos. Simples assim. É injusto submeter uma pessoa a tanta irresponsabilidade e falta de preparo para a vida a dois, a três. Vejo filhos se comportando mal por causa do relacionamento conturbado dos pais e vejo os pais, por culpa reprimida e muito bem escondida, dando "castigos" tão brandos que gostaria eu de ter castigos assim. Falta diálogo.

Eu tenho um histórico familiar, digamos, complicado, por isso me solidarizo quando vejo situações ao meu redor e como os filhos, inocente, sofrem com isso. Já vi pais trocarem seus filhos por novas famílias por erro do cônjuges, já vi pais enxergarem nos filhos fontes de renda, já vi pais nem enxergarem seus filhos... Já vi tanta coisa...  E ainda me desgosto quando vejo coisas novas.

Ter um filho não é simplesmente jogar no mundo esperando a sorte criá-los. Envolve dar exemplo, puramente. Para criar um filho você deve prover suas necessidades. É responsabilidade das duas pessoas que se juntaram para fazê-lo, e não tem nada que você possa dizer ou fazer que diga o contrário. Provendo suas necessidades você mostra para ele o significado de responsabilidade, o significado de ser modelo e espelho. O contrário também é válido.

Disso surge uma geração de problemáticos, que fogem do conceito de família tal como o diabo corre da cruz. Muitos são pegos no fogo cruzado, pois, ao seu redor, convivem com milhares de famílias "normais", com conceitos fortes, hierarquia e amor. E sentem vontade disso. Mas, sempre tem um mas, os modelos que cresceu apreciando são tão falhos e podres que ele se sente repelido. Amor e ódio.

Incrível pessoas adultas agirem sem maturidade e preocupação com o sentimento daqueles que deveriam exclusivamente proteger e educar.

Digo isso por ter sentido na pele essa pressão. Com muito esforço luto todos os dias para deixar para trás tudo que me indica a direção oposta daquilo que quero seguir. É duro, mas vale a pena.


sexta-feira, 8 de junho de 2012

O dia em que o dia não amanheceu...



Existem situações e decepções que metáfora alguma consegue esconder. Por tal motivo resolvi simplesmente falar das ondas causadas e suas consequências...

Eu cresci acreditando nas pessoas. Idealizava um mundo onde todos sentiam o que diziam e faziam valer suas palavras. Sempre tratei os outros de maneira civilizada e com muito respeito, mesmo não concordando com elas. Não porque gostaria que assim me tratassem, mas sim por achar que assim é o certo.

Com o tempo comecei a me irritar com algumas pessoas e perceber que havia algo além daquele espelho que eu pensava enxergar. Existia um mundo nebuloso e cinza por trás do arco-íris. Tal como a abelhuda que atravessou para o país das maravilhas eu me aventurei em meu próprio mundo de absurdos e incoerências.

Descobri que os melhores amigos podem se tornar na verdade seus piores e mais falsos antagonistas. Descobri que os heróis não existem, ou pior, existem, mas de maneira icônica inversa ao que esperamos que sejam.

Eu depositava muita esperança na humanidade. Assisti uma leve mudança nos paradigmas energéticos e espirituais do mundo. Achei por um segundo que novos tempos afloravam no horizonte e que as próximas gerações viveriam as décadas de ouro que outrora nos fora prometida.

Infelizmente com a luz da mudança vieram à tona aquilo que as sombras escondiam. Defeitos tão bizarros, que simplesmente não mereceriam menção. Mostrou que as pessoas usavam o postergação do momento como desculpa para cruzarem os braços. Que tudo aquilo que era pregado e aludido aos sete ventos não passava de uma casca vazia em sem real propósito. E que feio foi descobrir isso pela milésima vez. Só assim pude entender o quadro todo e ver a pintura como ela realmente é. Feia, sem cor e sem valor.

Talvez minhas palavras não venham a mudar o mundo, nem tenho tamanha pretensão, apenas desejo. Ao menos elas não estarão mais presas dentro de mim assombrando cada canto dos meus pensamentos e me cercando pelas esquinas de meu devaneios.