O mundo é um lugar estranho e perturbadoramente previsível. Na verdade o mundo em sim é uma força única que faz o que quer e com certeza ninguém sabe seu próximo passo. O ser humano, esse sim, imperfeito em seus mínimos detalhes, é previsível. Ele consegue se superar quando menos esperamos e incrivelmente consegue nos mostrar que o nível mais baixo que se pode chegar é muito abaixo do que sequer podíamos imaginar. Tem o costume de se queimar por pouca coisa, por migalhas. Talvez ele brigue pelos pedaços que caem da mesa por nunca ter aprendido a ganhar o próprio pão. Mas até aí nenhuma novidade, as coisas são assim desde que o mundo surgiu. O problema é quando pessoas egoístas a esse ponto envolvem terceiros e quartos em sua falta de preparo para o mundo. Pessoas têm responsabilidades, quer elas queiram ou não. Quer elas entendam, aceitem, concordem ou não. Não existe palavra, olhar, gesto ou carinho que apague a mágoa que ser tratado com descaso e em segundo plano pode causar. Tenho visto isso muito de perto e à certa distância por saber que nada pode ser feito, ainda mais quando as pessoas que deveriam estar preocupadas ficam ocupadas demais procurando a resposta mágica em seus umbigos e esquecem de tirar a cabeça da terra e admitir as cagadas que fez pelo seu caminho. E a cada dia que se passa mais um dia fica para trás e mais um pouco as mágoas crescem, o carma aumenta e a vergonha na cara diminui. Uma pena. Um dia, quando o brilho dos holofotes se apagarem, a cortina se fechar e o público for embora, serão apenas essas pessoas, magoadas e ressentidas, que restarão. E advinha o que elas também farão...
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