segunda-feira, 4 de julho de 2011

Voltei.



Durante muito tempo pratiquei a arte de guardar as coisas somente para mim. Quando estava destiladas e digeridas eu expelia ao mundo através de metáforas mal escritas, mas sinceras. Aprendi a me distanciar e esperar o tempo mostrar de que lado estava a razão, assim poderia ter o peso certo nos meus julgamentos e decisões.

Nunca fui de sair falando descaradamente mal dos outros, quando o fiz foi por terem pisado e feio na bola comigo. Ainda assim o tempo teve paciência e me mostrou como superar algumas mágoas e recomeçar a construir as pontes que haviam sido derrubadas. Algumas eu também tive certa dose de culpa.

Apesar disso sempre houveram aqueles que se dispunham a me atacar covardemente pelas costas usando de meias-verdades ou abuso de confiança para justificar um despeito e inveja insensato que não possuía razão de ser. Ainda assim não disse um ai contra tais pessoas e em alguns casos ainda tentei amenizar a indignação causada por tais imbecis que insistiam em falar de mim para pessoas que conhecem minha conduta e que obviamente vinham em peso me questionar se tais pessoas eram muito burras ou simplesmente não tinham noção do tamanhinho delas.

Sabe aquela história de manter os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda? Abobrinha pura. Os amigos devem nos rodear e os inimigos que vão pastar bem longe de você. De nada serve uma energia negativa e pesada que só tem por objetivo tentar te afundar do seu lado. Deixei algumas malas pelo caminho e  posso garantir que mais leve estou correndo mais e muito melhor. Aconselho que façam o mesmo.

Notei também uma mudança de valores e visões ao longo desses anos que me entendo por gente nesse mundo. Aprendi que conhecimento só é válido se você o adquire por conta própria, mera repetição pode parecer bonito aos olhos de quem vê de longe, mas de perto percebe-se a casca oca de um mero papagaio tentando parecer algo que não é. Quando menor achava que tinha perdido muito tempo da minha infância lendo a Enciclopédia Delta Larousse e a Bíblia, ambas estavam na sala da minha casa e possuíam figuras maravilhosas que chamaram minha atenção. Acabei devorando tudo que podia mesmo sem saber que mais tarde muito disso serviria para formar quem eu sou e minha visão de mundo. Ainda bem que fiz isso.

Aprendi com a mudança da formação da Comandos que o importante é ter ao seu lado pessoas que sintonizem sua energia e somem suas vontades. Sempre tive grandes companheiros de banda, músicos renomados, outros que ajudei a fazer o nome mesmo contra a crença geral. Bons colegas de trabalho. Tocar com um amigo de verdade ao teu lado é diferente. Faz toda diferença na soma final. Claro, tive amigos ao meu lado antes, mas mesmo os amigos possuem divergências e essas divergências não deveriam atrapalhar o resultado final da soma, mas atrapalhavam. Por isso enfatizo que subo ao palco com total confiança no meu time e certeza de cada um está fazendo o melhor e preocupado com o bem-estar do público e não simplesmente com sua satisfação pessoal por estar aparecendo ou algo parecido. Não quero que ninguém fique chateado, apenas é a constatação de que as pessoas e os músicos possuem cada um o seu perfil.Alguns vão pela arte, outros vão pelo dinheiro, outros querem aparecer, outros simplesmente vão e nem sabem porque estão ali. Desse tipo eu cansei.

Estou mais tranquilo e prezando ainda mais as pequenas e valiosas coisas da vida. O carinho de quem realmente gosta de mim, o sabor de um abraço apertado sincero e sem ressalvas, uma conversa olho no olho sem preocupação de ter a confiança traída. Coisas básicas mas que muitas pessoas não aprenderam ainda a fazer. E dessas pessoas eu também cansei.

Estou de volta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Outro ditado que é abobrinha é o tal "falem mal, mas falem de mim"
hehehehehehe

Mano, tudo o que a gente passa é merecido!
Com essa nova visão tua, e consequentemente novas atitudes, daqui a pouco estarás colhendo os louros dessa mudança!

To longe mas te amo muito!
E tenho o maior orgulho de te ter como irmão!

=*