segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Capítulo I

Algumas pessoas conversam, outras pintam, dançam, bebem ou usam drogas para exorcizar seus demônios. Eu escrevo. Mesmo sabendo que ninguém vai ler. O simples ato de externar o que passa aqui dentro já me faz bem. Alivia a pressão e me permite entende rum pouco mais sobre mim mesmo. E é só isso que procuro no momento, me entender para poder entender o mundo...

Capítulo I - O começo de tudo

O começo da minha história não é muito diferente do começo de muitas outras. Um rapaz que amava uma moça que também amava o rapaz e que um dia foram pegos de surpresa por um notícia que mudaria definitivamente suas histórias, e a minha.

A moça recebeu a notícia como uma grande benção ao amor que cultivava por anos com o rapaz. Seria o momento ideal para concretizarem centenas de sonhos e promessas que casais apaixonados fazem em momentos de confidências e extrema intimidade.

Mas como este não é um conto de fadas e sim uma história da vida real, como tantas outras histórias que ouvimos por aí, as coisas não saíram exatamente da maneira sonhada pela ingênua moça.

Filho único de pais super-protetores o rapaz resolveu agir de acordo com a maneira que havia sido programado durante toda sua vida e isentou-se da responsabilidade que tinha perante a moça, que como todos devem estar imaginando estava grávida neste momento.

A moça que vinha de família muito humilde e que já havia sofrido muito com a perda de sua mãe quando nova e com os abusos de um pai alcoólatra e viciado em jogos de azar, fora novamente atingida pelo infortúnio ao ser largada grávida e sem o apoio de sua família pelo homem que amava.

Sua nova madrasta praticamente exercitou nela todos os mandamentos criados pelas personagens más de Walt Disney. Por pouco uma das surras não me deixou trancado no outro lado. Tantos abusos e falta de apoio resultaram em uma infrutífera tentativa de abreviar esse sofrimento da forma mais covarde possível.

Dizem que o suicídio é o memento em que o diabo se aproxima e abandonamos toda a esperança. Espero nunca descobrir se isso procede.

Anos depois muito do que havia acontecido entre elas acabou sendo perdoado, mas não esquecido. Por nenhuma delas. A madrasta má estava assustada por ter que lidar com algumas crianças que “herdou” ao se casar e com os filhos que teve. Um marido alcoólatra, e viciado no jogo, não era de grande ajuda para alimentar, vestir e educar as cinco crianças e por muitas vezes o fantasma da fome assolou essa família.

A madrasta, que tenho como minha avó materna por não ter conhecido a mãe da minha mãe, foi ao fundo do poço para conseguir buscar o alimento que todos seus filhos precisavam sem nunca reclamar, cobrar ou contar para eles o que fazia. Hoje eles entendem e a amam como sua verdadeira mãe.

Após a recuperação da moça o afastamento desse cenário era necessário para que viesse ao mundo uma das criaturas mais perturbadas que já pisaram os pés nesse mundo. Um refúgio fora buscado na casa de amigos em Lages e lá o restante da gestação pode seguir sem o perigo de ser terminada prematuramente por causas não naturais.

E durante isso tudo o rapaz seguiu sua vida tranquilamente, irresponsavelmente e despreocupadamente como fora ensinado a fazer e como faz até hoje.

Alguns meses depois de volta à Florianópolis nascia no dia 10 de março de 1978 Ian Rodrigo Ramos, até então sem o Thives, e é aí que começa a segunda parte da minha história...

Um comentário:

Wanda disse...

Estou muito curiosa em saber o resto desta hístória..ou melhor fazer parte dela tb...te adoro muito(amo)...bjus