sexta-feira, 28 de maio de 2010

O que só se vê com o raio...

Como uma criança acoada, sentada encolhida no canto de um sala enorme escura, com medo, mas sem saber a razão. Pela ínfima luz advinda da janela silhuetas fazem sua imaginação dançar como se o pior dos pesadelos estivesse a um passo de se tornar realidade bem à sua frente. Abraçando os joelhos busca ao fechar os olhos encontrar abrigo e conforto diante da fragmentação de seu espírito e sua coragem. O silêncio torna-se cada vez mais ensurdecedor aumentando a agonia transformada em horas em cada segundo. Não existe força para gritar, o ar mau consegue preencher seus pulmões e a consciência lentamente desaparece no ar. Talvez seja melhor assim. Só acordar quando o tormento acabar, ou quem sabe, do outro lado da porta que parece se abrir lentamente através do rangido ensurdecedor que quebra o silêncio como se fosse vidro pesado... O que terei feito eu para merecer tamanho martírio e agonia? Pensa consigo mesma antecipando o pior que ainda está  possivelmente por vir. Nenhuma resposta pode satisfazer tal dúvida... Talvez não exista nenhuma. Ou talvez todas... A porta bruscamente se fecha criando um estampido surdo, que seria extremamente perturbador caso alguém tivesse ouvido, deixando para trás a sala enorme e escura, dessa vez vazia... Sem testemunhas, sem pistas, sem teorias, apenas rumores do que pode ter sido. Que ninguém pronuncie seu nome, pois no escuro ele toma sua forma e leva suas vítimas consigo...

...

(nunca mais leio Edgar Allan Poe antes de dormir...)

**mas o texto é meu... **

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