segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Aff...

Ainda me admiro com a relação que algumas pessoas têm com seus trabalhos. Ou melhor, a maneira como encaram as coisas. Durante anos no meio musical a pergunta que não quer calar é: Por que nenhum músico de Floripa estoura nacional mente? Ou: Qual é o problema das bandas da Ilha?

A resposta para as duas perguntas é simples: o problema são os músicos!

Simples assim.

Vejamos, você é contratado por uma empresa, que tem por fins óbvios o lucro, ou seja, ela pretende utilizar sua força de trabalho para alcançar um objetivo distinto remunerando você por isso. Então ela lhe atribui funções, um horário, objetivos e uma remuneração. Isso simplificando a coisa. Se você atrasa ou não cumpre as funções corretamente alguém vai lhe cobrar por isso. Se o seu trabalho não for satisfatório e não valer oinvestimento em você com certeza você perde o emprego. Ponto.

Você então se propõe a ser um músico profissional, ou seja, viver da música. Seja tocando, dando aulas ou compondo jingles. Afinal você não serve para ficar trabalhando oito horas por dia e recebendo ordens de ninguém. É o que escuto da maioria (boa parte não tem competência para mais nada mesmo) dos músicos que conheço.

Então tá, vamos ser músicos profissionais.

O seu trabalho não é tocar no sábado a noite e aparecer para as gatinhas. O seu trabalho é primeiramente estudar diariamente o seu instrumento para que consiga executar corretamente o que as músicas pedem, caso seja de uma banda cover (música própria falamos mais tarde). Depois de saber tocar bem deve ouvir e aprender as músicas para não atrapalhar o ensaio. E deve também chegar na hora e não faltar aos ensaios. Afinal, o resto da galera se programa, deixam família e outros afazeres para chegar no horário e quem se diz músico profissional e não faz mais nada da vida chega sempre atrasado. Quando não fura...

O músico de verdade chega com as canções decoradas, chega antes do horário e apronta seu instrumento para a batalha e colabora com os outros. Isso não e pedir muito. A não ser que você esteja em Florianópolis. Aí é pedir o impossível.

E depois não sabem porque ninguém daqui dá certo e acabam sempre dizendo que não se vive de música em Florianópolis...

Eu vivo. E muito bem por sinal.

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